Saber sobre tecidos, moda e beleza para muita gente é futilidade e até é coisa de pessoa soberba. É um pensamento equivocado, pois neste momento atual, entender um pouco sobre esses assuntos pode ajudar bastante.
Por exemplo, diferenciar tecidos para se prevenir do vírus ou para conseguir manter um negócio têxtil ou de vendas de roupas ou até conseguir uma renda extra.
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Segundo Alice L’anamour, microempresária do ramo, ‘a moda’ vai muito além de se vestir bem, de comprar roupas de grife ou seguir tudo que diz a Vogue.
“O risco de não saber sobre o tema, é virar um escravo dela. Não saber aproveitar o que tem no guarda-roupas e ficar sempre comprando mais, sem necessidade”, explica ela.
A dona da loja de roupas L’anamour explica que a máscara já é moda, pois em outras culturas já usam no dia a dia. Mas atualmente, com a situação de pandemia, foi recomendado o uso dela para proteção.
"O tecido que usam, geralmente, para fazer é tricoline. Por ser uma fibra natural e mais respirável. Já o poliéster não respira bem...tanto que nas camisas, normalmente, suamos mais com elas. O ar não passa com facilidade”, ela nota.
Para se prevenir o ideal é dupla camada, essa é a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas, provavelmente, uma pessoa que não saiba sobre o assunto, poderia comprar o tecido errado ou confeccionar máscara de péssima qualidade.
Os tecidos recomendados para utilização, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), em máscaras são, em ordem decrescente de capacidade de filtragem de partículas virais:
a) - Tecido de saco de aspirador;
b) - Cotton (composto de poliéster 55% e algodão 45%);
c) - Tecido de algodão (como camisetas 100% algodão);
d) - Fronhas de tecido antimicrobiano. O importante pessoal é que seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e o nariz.
Benefícios e conhecimento
Umas das vantagens em conhecer assuntos que abordam a moda é compreender a evolução do homem, mas de um ângulo diferente. “Aprender sobre tecidos, ajuda, não só entender o caimento de uma peça ou compor um look mais chique é algo que vai muito além disso”, diz Alice L’anamour, universitária da FMF Wyden.
Para ela, é entender a evolução do homem, por exemplo, de como tiramos o couro dos bichos para usar como roupa na Idade de Pedra. “Como fomos criando tecnologias para chegarmos no algodão, no linho, a seda e até fazer tecidos para o espaço sideral.”
Alice observa que, hoje em dia, o Brasil é a 5° maior indústria têxtil, sendo o 4° maior produtor de vestuário, ambos a nível mundial, empregando cerca de 1.7 milhões de pessoas. “Isso é um exemplo onde a moda chegou desde a pele dos animais até a capa da Revista Vogue. A melhor seda do mundo é produzida no nosso país, e está localizada no estado do Paraná”, analisa ela, que trabalha no ramo de moda.
Confecção
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), existem diferentes formas para confeccionar as máscaras caseiras: podendo utilizar materiais encontrados no dia a dia, como camisetas ou outras roupas em bom estado de conservação, até tecidos específicos confeccionadas com máquinas de costuras e elásticos. Para ver a nota oficial, clique aqui:
Modelo 1, usando uma camiseta:
a) Corte a camiseta e espessura dupla usando como base as marcações indicadas na figura;
b) Faça um ponto de segurança na parte inferior (para segurar ambas as toalha);
c) Insira um papel entre as camadas;
d) Amarre a alça superior ao redor do pescoço, passando por cima das orelhas;
e) Amarre a alça inferior na direção do topo da cabeça;
Modelo 2, usando costura e elástico:
a)Separe o tecido que tenha disponível (tecido de algodão, tricoline, cotton, TNT, outros têxteis).
b) Faça um molde em papel de forma no qual o tamanho da máscara permita cobrir a boca e nariz, 21cm altura e 34cm largura
c) Faça a máscara usando duplo tecido.
f) Prenda e costure na extremidade da máscara um elástico, ou amarras. Conhecimento e benefícios
Tecidos e prevenção
Em tempos de quarentena, distanciamento social e a procura pela prevenção do Covid-19, muitas pessoas começaram confeccionar as próprias máscaras.
Nesse contexto, saber qual tecido usar para o corte e costura é essencial para evitar o contágio pelo vírus. Confira algumas dicas sobre uso da máscara com a clínica geral Daniela Righi, da clínica Leger:
- O melhor material para se fazer a máscara é com tecidos de 100% algodão. Eles apresentam uma eficácia similar a de uma máscara cirúrgica. Também podem ser usados TNT ou outros tecidos. Quanto mais grosso for o tecido, mais a proteção.
- Para ser eficiente, a máscara precisa ter pelo menos duas camadas de pano, não pode ser compartilhada com ninguém (mesmo após lavada), e que fique bem ajustada ao rosto, sem deixar espaços nas laterais e cobrir do nariz até o queixo.
Obs: orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que usem máscaras sempre que precisar sair de casa, saia com pelo menos com uma reserva e leve uma sacola para guardar.
Nomes de tecidos
Conhecer os tecidos é essencial neste momento e como utilizar para corte e costura, principalmente, para quem quer fazer a própria máscara. Veja abaixo vocabulários de tecidos falados no dia a dia de acordo com a loja on-line de tecidos Maximustecidos e Termos básicos para a catalogação de vestuário, de Mariana Varzea (Superintendente de Museus).
Algodão
Tricoline: é um tecido um pouco mais estruturado e levemente encorpado. É perfeita para fazer camisas e camisetes, blusas e vestidos.
Cambraia de algodão: gramatura baixa, bem fininho e um pouco transparente. Esse tipo tem um toque suave e caimento mais delicado.
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Laise: é uma cambraia de algodão com aplicação de bordados e detalhes que formam desenhos no decorrer. É um tecido delicado, romântico e clássico do guarda roupa feminino.
O tecido surgiu na França e tem uma forte referência nos delicados bordados de renda. Uso para fazer vestidos, saias, blusas, camisas, shorts.
História
As fibras branquinhas obtidas dos frutos de algumas espécies de plantas do gênero Gossypium, família Malvaceae eram utilizadas em 4.500 a.C. pelos Incas, no Peru, e a Índia e a Etiópia foram as primeiras a tecer peças de algodão em 3000 a.C.
No entanto, o país que ficou mundialmente conhecido pelo cultivo do algodão foi o Egito. Devido ao clima e ao solo extremamente favoráveis, o algodão egípcio plantado às margens do Rio Nilo é muito mais forte e macio. É a fibra mais usada no mundo.
Renda: É tecido fino de malha aberta, transparente, fina e delicada, com padrão e desenhos feitos à mão ou máquina. Geralmente de algodão, linho, seda, ou fio metálico sintético. Comumente é aplicado a uma trama ou fundo em rede, a fim de criar formas decorativas por meio de técnicas de lançada, tricô ou cordões.
Os tipos são: Alençon, Allover, Argentan, Armênia, Battenberg, Blond, Carrickmacross, Chantilly, Cluny, de Agulha, de Antuérpia e de Bilro.
TNT - sigla para a expressão “tecidos não tecidos”: Designa tecidos produzidos sem o uso do tear. Não são fiados e não são malhas, as fibras são aglomeradas e fixadas através de processos químicos, mecânicos ou térmicos ou uma combinação destes métodos.
Geralmente são firmes, sem elasticidade e de pouca durabilidade. As aplicações são diversas: filtros de café, saquinhos para chá, panos para limpeza, toalhas, máscaras cirúrgicas, vestes de proteção, entre outras.
Termos usados no dia a dia
Confira os vocabulários usados na rotina, segundo as fontes Dicionário da moda, de Marco SABINO, instituição de moda Usefashion, empresas de produção de roupas C&A e Zanotti e a Kaisan, fábrica de roupas.
Alfaiataria Feminina: Hoje, tem status de clássico da moda, surgiu no início do século XX, quando o estilista Paul Poiret inventou modelos de vestidos baseados nos casacos masculinos e a estilista Coco Chanel inspirou-se no guarda-roupa dos homens para criar roupas femininas que permitissem uma liberdade maior de movimentos, sem perder a elegância. São roupas como, calças, bermudas, camisa de botão.
Art Déco: Surgiu entre 1909 e 1939, estética inspirada em culturas antigas como a egípcia e a chinesa, e que apresentou motivos e formas geométricas aliadas ao industrial, ao cosmopolita e ao exótico. A Art Déco foi adotada não apenas na moda, mas também na arquitetura, nas artes decorativas, na fotografia e no cinema.
Acessórios: São modelos de mochilas, luvas, caleiras, munhequeiras, colares, brincos, óculos e muito mais
Animal print: São peças de tecidos de animais, como onça, zebra, vaca, entre outras.
Aba: Termo usado para denominar a borda de chapéus, como a região externa de bolsos onde é realizado o fechamento.
Boudoir (leia: buduar): Sinônimo de outwear, é a tendência de moda em que a proposta é usar lingerie aparente no look.
Bengala: Acessório em formato de bastão, com a ponta curvada, que tem como função auxiliar o caminhar, sendo muito usado por pessoas com dificuldade de locomoção.
Coleção resort: Muitos se enganam e acham que tem a ver com o verão, mas, na verdade, não passa de uma coleção que pode ser usada entre estações. Também conhecida como meia-estação.
Camisola: Palavra originária do francês 'camisole'. Define um tipo de vestido amplo usado para dormir. Sua origem data do século 16, quando as classes mais abastadas passaram a utilizar um vestuário específico para dormir.
Usada por ambos os sexos, em versões longas, abertas na frente e com mangas compridas, as camisolas eram confeccionadas em lã. Hoje seu uso é restrito às mulheres, e normalmente feita em algodão, ou em materiais mais sofisticados e leves como renda, seda e cetim.
Choker: É um acessório que coloca na garganta. A tradução da palavra em inglês 'choker'para português é gargantilha.
Cropped: Tendências dos anos 1980 e 1990, o top Cropped é a blusa mais curtinha.
Cut out (leia: cãt aut): Recortes nas peças que deixam a pele à mostra;
Estampas: São tecidos com carimbos, às vezes coloridos ou monocromáticos, como animal print, xadrez, listra, floral e militar.Os fenícios foram o primeiro povo a criar peças de roupa estampadas, seguidos de perto pelos egípcios e romanos. Mas engana-se quem pensa que as padronagens sempre foram democráticas como são hoje.
Glitter: Criado por Henry Ruschmann, o glitter é um aviamento brilhante feito a partir de pequenos pedaços de plásticos ou folhas de alumínio de cerca de 1 mm². Podem ser aplicados com cola forte sobre a superfície de materiais diversos, ou misturados a cosméticos como gloss, sombras e gel de cabelo.
Hit: Algo que é o sucesso da estação.
Maximalista: É o estilo extravagante, onde estampas e cores chamativas se encontram e misturam com pedrarias, formas exageradas e riqueza de detalhes.
Minimalista: Sem muitos detalhes, mistura de cores, estampas ou texturas. É composto por um visual mais sóbrio e limpo.
Mochila: Bolsa composta por duas alças que são levadas às costas e uma alça pequena superior.
Vintage: Estilo com base em uma tendência antiga, que foi trazido para o mundo moderno com uma nova releitura.
Obs: os termos acima são originados antes de mim e talvez de você. São retirados de pesquisas e mantêm a base fiel.
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